sábado, 21 de julho de 2012

A trombeta do Zeferino


«...Sabem os locais, a história da trombeta do Zeferino. Uma história que não é única. São várias histórias metida numa só história: a que deu a história da trombeta do Zeferino.
Já lá vão uns anos e apesar das intempéries a barraca mantém-se armada. Dizem que soube chegar a palha ao burro. Se assim é, e parece que é mesmo, os dos Dois Dedos de Testa não tem ouvidos para tal zumbido. E os mulos, por aí andam berregando em todo o canto e esquina de Parvónia de Cima. Hoje pela matina, já tinham passado na manjedoura e diziam que os alqueires de ontem eram tão grandes como os que aí vem neste Verão. Falavam de duas bolsas. Alguém lhes tinha encomendado aquelas falas, ou o canjirão já tinha sido enfiado goelas abaixo, dado o rubor do rosto do Nelo Barriga de Balas. Esqueceram-se que o Cura, com a sua voz calma e pousada, ontem tinha dito, que este ano  a festa dos moços da sua terra, está próxima e os sinais desanimam. Mas o Quicas Rebuçado e o Nelo Barriga de Balas dizem que os outros vivem noutra terra....»

in "Un galego é sempre un galego" Gonzalo Galvan

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