quarta-feira, 25 de julho de 2012

De livro fechado não sai letrado

Na minha adolescência li um livro, que hoje já  não seguro o nome do título, nem do seu autor. Mas a essência da obra, resume-se, a um quadro-obra de arte, ou com pretensões a tal, e as diversas interpretações que cada um dos visualizadores daí aferia. O quadro encontrava~se numa sala de uma casa. E as pessoas iam vendo, em situações diversas, e daí davam a sua opinião interiorizando ou exteriorizando-a baseada num conjunto de múltiplas vivências acumuladas. As opiniões eram obviamente as mais díspares. Mas todas elas assentes em conteúdos de filosofia de vida de acordo com quem analisava.


SALOIOS EM LISBOA - Stuart Carvalhais (1887-1961). Tinta da China aguarelada sobre papel (25 x 30 cm). Colecção particular

Vem isto a propósito de um conhecido jornal, que semanalmente coloca ou colocava, àqueles a que chamam figuras públicas, determinadas fotos e a partir daí, estes fazem uma interpretação daquilo que cada uma representa. O vazio é muito. Mas quem anda por sítios onde se julga mais à vontade e a exposição é maior, o tombo aí não tem medida.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

“Ustedes, no pasarán!”





O deputado da coligação basca Aimur, Sabino Cuadra intervindo no parlamento espanhol. Um discurso para qualquer pátria do sul da Europa. E não só.

sábado, 21 de julho de 2012

A trombeta do Zeferino


«...Sabem os locais, a história da trombeta do Zeferino. Uma história que não é única. São várias histórias metida numa só história: a que deu a história da trombeta do Zeferino.
Já lá vão uns anos e apesar das intempéries a barraca mantém-se armada. Dizem que soube chegar a palha ao burro. Se assim é, e parece que é mesmo, os dos Dois Dedos de Testa não tem ouvidos para tal zumbido. E os mulos, por aí andam berregando em todo o canto e esquina de Parvónia de Cima. Hoje pela matina, já tinham passado na manjedoura e diziam que os alqueires de ontem eram tão grandes como os que aí vem neste Verão. Falavam de duas bolsas. Alguém lhes tinha encomendado aquelas falas, ou o canjirão já tinha sido enfiado goelas abaixo, dado o rubor do rosto do Nelo Barriga de Balas. Esqueceram-se que o Cura, com a sua voz calma e pousada, ontem tinha dito, que este ano  a festa dos moços da sua terra, está próxima e os sinais desanimam. Mas o Quicas Rebuçado e o Nelo Barriga de Balas dizem que os outros vivem noutra terra....»

in "Un galego é sempre un galego" Gonzalo Galvan

domingo, 15 de julho de 2012

Sol na aldeia


                                               Arca - Ponte de Lima
                                               


 Ao domingo, logo pela manhã, olhamos mais para o sol. Talvez porque há mais tempo e estamos mais abertos com a natureza. É o azul do alto, o branco das esquinas e do casario. O verde dos campos e montanhas. 
 O sol terá todos os adjetivos possíveis. Um, reunirá toda a sua essência e substância. Aquilo que só nós, sentimos e não encontramos no voo das palavras, que é a forma do descrever. O sol que é o mundo e árvore é a vida. Também é assim na minha aldeia.

sábado, 7 de julho de 2012

Franco-atirador raiano




 O coeficiente 4,5 é o mínimo aplicável. Assim se atira ao bolso do incauto, que para manducar aqui assenta traseiro. Ali parece não haver hortas, nem mercado, nem lavradores, nem produtores de vinho. Só câmaras  congeladoras para manter resistente a plástica sargentada hortícola, que da terra de Papin veio fazer guarnição a um postiço general, quiçá vindo do Pacífico, em detrimento do superior escandinavo. E não ficou por aqui, a condição desta tropa francesa. Serviu também de acompanhante ao rijo chibo, já veterano, mais próprio para deleites bairradinos.
 Tudo isto não aconteceu  no massificado Algarve.
Cuidado, se sair de casa, não esqueça: há sempre um sniper perto de si!

domingo, 1 de julho de 2012


Tenho dificuldade em catalogar as cores.Sei que há tons, misturas, matizes. E cores únicas tocadas pelo simbolismo. Vem hoje isto a propósito, daquela nuvem de cartolina de um azul frágil e profundo, que te deixaram, dizendo-nos que lhes fazes lembrar as andorinhas e a alfazema . Só elas, as crianças, sabem explicar-nos essas coisas, Se Manel.